Ex-Campo de Concentração do Tarrafal: 84 anos de História
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Assinala-se, hoje, 29 de outubro, 84 anos de história do Ex-Campo de Concentração do Tarrafal de Santiago.
Situado na localidade de Chão Bom, o Campo de Concentração do Tarrafal foi constituído no ano de 1936 com base no decreto n°26:539 de 23 de abril, começou a funcionar a 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
Atualmente, nomeado como “Museu da Resistência”, foi um centro de confinamento militar, o perímetro era permanente vigiado, para manter prisioneiros de guerra e prisioneiros políticos, criada pelo Governo Português do Estado Novo, tendo como objetivo não declarado a eliminação dos opositores políticos ao regime fascista de Portugal.
Instalações do Ex-Campo de Concentração
A sua instalação deu-se em duas fases, a primeira de 1936 a 1938 que deu com a chegada dos primeiros 150 presos antifascistas de diversas profissões, e a segunda que compreende a época das construções dos primeiros pavilhões de pedra e a chegada do médico Esmeraldo Pais Prata, até ao seu encerramento em 1954.
As condições de sobrevivência no Campo de Concentração eram duras e desumanas. Os maus tratos, o isolamento e as humilhações aos quais os presos eram ali sujeitos, conduziram muitos à morte ou deixaram sequelas psíquicas e físicas. Para além do trabalho forçado, as torturas recorrentes como a frigideira, a estátua, a tortura do sono, os espancamentos, figuravam as práticas desumanas dentro de toda uma panóplia de maus tratos. No entanto, o campo de Concentração do Tarrafal encontra-se tatuado na mente dos portugueses, angolanos, guineenses e cabo-verdianos como o "campo da morte lenta" ou simplesmente a morte.
Pela história e memória que acarreta, o Campo de Concentração do Tarrafal foi inscrito na lista indicativa de Cabo Verde para UNESCO em 1999.
O seu encerramento aconteceu em 1954, tendo sido recativado em 1961, sob a denominação de Campo do Chão Bom, para receber prisioneiros oriundos das colónias portuguesas.
Museu da Resistência
O Museu da Resistência integra-se no projeto de preservação e musealização (portador de informação) do ex-Campo de Concentração do Tarrafal, com o objetivo, a longo prazo, da sua declaração como Património da Humanidade.
Neste momento, o Campo de Concentração do Tarrafal preserva na, sua totalidade, as suas características originais, estando numa fase de reabilitação e abrirá novamente as sua portas em 2021, através de um processo liderado pelo Ministério da Cultura e Industrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural, IPC.