Câmara Municipal
- Categoria: História
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Apesar de algumas opiniões apontarem a criação do concelho do Tarrafal no decorrer de 1872, a informação mais fiável, de acordo com a carta orgânica da província de Cabo Verde, indica o ano de 1917 e delibera que a divisão administrativa deste arquipélago que, como consequência, foi separado do Concelho de Santa Catarina que até então tinha a sua sede na Vila do Tarrafal, remonta também ao ano de 1917. Segundo o estudo monográfico de António Carlos Silva, duas foram as razões que fundamentaram a transferência da sede de concelho dos Picos para o Tarrafal: a primeira pelo facto de Tarrafal se localizar junto da zona influente da freguesia de Santa Catarina e a segunda justificada pela necessidade de equilíbrio entre o norte e o sul a nível de desenvolvimento.
As referências históricas sobre Tarrafal retratam-no “Ora como terra bem-amada, Ora odiada”. Bem-amada por apresentar condições geográficas ideais para estabelecer um bom porto marítimo, o qual foi concretizado e se distinguiu na comercialização de sementes de purgueira, apesar da sua posterior decadência devido ao aparecimento de novas estradas; mal amada ou odiada devido ao seu insalubre clima e à instalação da Cadeia Penal do Tarrafal, mais conhecida por Campo de Concentração do Tarrafal ou também por Campo de Morte Lenta, em 1936, em Chão Bom, perto da Vila. Logo, se o regime colonial de ideologia nazista ali implantou uma prisão onde torturavam os presos, as pessoas que não estavam de acordo com o Estado Novo, é porque o local não era "coisa boa".
Em 1997, Tarrafal reduziu as suas fronteiras com a criação do concelho de São Miguel Arcanjo, passando, assim, a ser constituído por uma única freguesia, a de Santo Amaro de Abade, nome do Santo Padroeiro do Concelho.
Anteriormente, Tarrafal era visto como o pesadelo da ilha de Santiago mas, actualmente, em virtude de possuir uma das mais belas praias de Cabo Verde, é classificado como uma das pérolas de turismo e considerado o diamante da ilha.
Desde que Tarrafal passou a ter representantes oficiais governativos ou nomeados pelo governo central ou pelo escrutínio local, Tarrafal esteve representado pelo delegado municipal e presidente de câmara, de 1975 a 1991 era Governado por Delegados do Governo: Lino A. Pinto Monteiro em Outubro de 1975 ao Março de 1978, Arcádio Monteiro em 1978 à 1981, Quintino Horta em 1981 à 1982, Adriano Andrade Freire em Março de 1984 á Fevereiro de 1990 e Júlio César de Sousa Monteiro em Fevereiro de 1990 a Maio de 1991, depois da abertura política foi dado a liberdade ao povo a escolha do seu Presidente da Câmara, O primeiro Presidente da Câmara Eleito foi Dr. Jacinto Vaz Furtado Miranda em Maio de 1991 exerceu o cargo até Outubro de 1999, José Furtado Brito substituiu-o de Outubro de 1999 até às eleições autárquicas de 2000, da referida eleição foi eleito João Domingos de Barros Correia que exerceu o cargo até Julho de 2012 altura em que José Pedro Nunes Soares saíu vencedor das eleições autárquicas.