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Tarrafal de Santiago vai ao Mata Galo

A comemoração da Pascoa no concelho mais a norte da mais grande ilha de Cabo Verde, ou seja, no Tarrafal de Santiago, é anualmente comemorada seguida à missa da ressurreição de Jesus Cristo, pela tradicional MATA GALO, uma tradição muita antiga que os mais velhos deixar para os mais novos.

Tendo em conta que é uma actividade extra a igreja católica, considerada um acontecimento pagã, acontece sempre no período da tarde do Domingo da Pascoa, depois do almoço, organizado por um grupo chefiado por um senhor conhecido pelo nome de Joãozinho Branco, sendo este o único que todos os anos preocupa fazer com que esta manifestação cultural que é genuinamente tarrafalense não ficar esquecida.

Foi no Domingo de Páscoa por voltas das 15 horas, na areia branca de Baía do Mangui, ou de Djeu de Cuscuz como diziam os mais antigos, que deu-se o incio do tradicional MATA GALO, presenciado por milhares dos tarrafalenses e amigos que por esta ocasião procuram a paz e tranquilidade que pairam no ar nos recantos do concelho do Tarrafal. As pessoas que ao local se deslocaram em massa comportaram-se de forma ordeira e colaboraram de modo que os organizadores e os Agentes da Policia Nacional não tiveram muito trabalho.

Depois de várias tentativas, isto é, num total de onze inscritos, o último é que teve a primazia de acertar com o bastão na cabeça do primeiro galo enterrado na areia, e este foi atingido por um jovem cujo nome é Pataxu de Nhumai residente em Ponta Gato.

Seguidamente foi enterrado o segundo galo na areia para depois mais um lote de concorrentes começarem a percorrer uma distância de cerca de cem metros de areia e de joelho ao chão tentando sorte de matar ou de atingir a cabeça do segundo galo. Conforme os organizadores, desta vez foram sete os concorrentes inscritos e, o matador foi o famoso Txapo que já era pela segunda vez que estava a tentar levar o galo para casa.

De acordo com os mentores, a Câmara Municipal do Tarrafal foi o único patrocinador desta actividade tradicional que só se realiza no concelho de Tarrafal, anualmente pela Pascoa, está se perdendo pouco a pouco, devido outras coisas que vem tomando conta da nossa cultura e tradição. Muitas pessoas que dirigiram à praia de Pontona perguntam porquê o não aparecimento do Djuda “Nhu Bedju”, a resposta é que não programaram a sua confecção para este ano, mas ficou a promessa de na próxima Pascoa presentear a população do Tarrafa e os visitantes com o tradicional Nhu Bedju que será queimado nas rochas de baixo de Esplanada como manda a tradição.       

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