Tarrafal de Santiago na Rota Internacional de Antigos Presídios Politícos
- Qua. fevereiro 2013
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A autarquia - em colaboração com o Ministério da Cultura, as universidades de São Paulo e Coimbra e a Fundação Mário Soares - quer dar projeção internacional ao “Campo da Morte Lenta”, onde estiveram encarcerados dezenas (e alguns ali faleceram) de antifascistas portugueses e nacionalistas africanos.
Com o objetivo de constituição de uma Rota de Cidades com Presídios Políticos, a Câmara Municipal do Tarrafal de Santiago tem em marcha um amplo projeto que passa, entre outras coisas, pela evocação da memória do antigo Campo de Concentração de Chão Bom, também conhecido como “Campo da Morte Lenta”, e sua dinamização, bem como de toda a região.
TARRAFAL NUNCA MAIS
Com esse propósito foi criada uma comissão (integrada, provisoriamente, pelo vereador José Soares e por um representante do Ministério da Cultura; além de Maria Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo, Brasil, de Alfredo Caldeira, da Fundação Mário Soares; de Miguel Cardina, investigador do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade de Coimbra; bem como por Nuno Rebocho, um português residente em Cabo Verde, ele próprio ex-preso político do regime fascista), em volta da qual serão constituídas diversas subcomissões, e marcada para 16 e 17 de Julho próximo, aniversário do decreto que extinguiu em definitivo o campo de concentração, o lançamento do Movimento Nunca Mais e a realização de um encontro de cidades que tiveram presídios políticos em Portugal, Angola, Brasil, Moçambique e Guiné-Bissau.
Em volta destas iniciativas, que passam quer pelo descerrar de uma lápide no antigo campo de concentração e pela eventual construção de um memorial em plena cidade do Tarrafal, para o que foi pedida uma proposta ao escultor cabo-verdiano Kassanaya, e pela criação de uma “amicale” (associação de amigos e ex-presos políticos), será motivada a elevação à dignidade universitária de estudos e teses sobre o que foi o campo de concentração e sua história nos dois períodos da sua existência.
Pretende-se, desta forma, dar vida produtiva ao velho presídio, tornando-o em importante polo turístico e cultural, dinamizando em sua volta toda uma vasta gama de interesses universitários, económicos, artísticos e intelectuais.